Governo estima o dobro do rombo previdenciário atual até 2060 e pode propor nova reforma da previdência
O déficit do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) segue gerando problemas para o governo e o rombo previdenciário deve mais que dobrar até 2060 e até quadruplicar até 2100, segundo novas estimativas da Secretaria do Regime Geral de Previdência Social do Ministério da Previdência Social.
Os cálculos estão presentes na proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024, enviada pela área econômica ao Congresso Nacional em abril.
Em 2023, segundo o governo, o rombo previdenciário - a diferença entre receitas e despesas do instituto - deve chegar a R$ 276,9 bilhões, cerca de 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2060, o número deve mais que dobrar e alcançar R$ 3,3 trilhões, o equivalente a 5,9% do PIB. O cenário deve continuar piorando e atingir R$ 25,22 trilhões em 2100, 10,4% do PIB brasileiro.
O rombo está relacionado com o aumento dos gastos estimados para os próximos anos, considerando o aumento dos idosos no país no futuro próximo. Com o aumento da longevidade, as aposentadorias também aumentarão, assim como as despesas com os pagamentos de benefícios previdenciários.
Rombo do inss e a reforma da previdência
O rombo previdenciário deve acontecer mesmo após a Reforma da Previdência, aprovada em 2019.
O antigo ministro da Economia, Paulo Guedes, estimou que a reforma teria impacto de reduzir o déficit de R$ 800 bilhões a R$ 1,07 trilhões em dez anos, mas ainda assim não seria suficiente para resolver o problema
A economia de recursos com a reforma entre 2020 e 2022 chegou a R$ 156,1 bilhões, valor 78,8% superior ao esperado para a época, que segundo texto enviado ao Congresso, tinha expectativa de apenas R$ 87,3 bilhões.
Ainda assim, especialistas consideram que a reforma iniciada em 2019 está “inacabada” e o governo deve focar em novas medidas relacionadas à previdência, para evitar a quebra do instituto.
Ao g1, o consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados, Leonardo Rolim, ex-presidente do INSS e ex-secretário de Previdência no governo Bolsonaro, concorda que será necessário uma nova reforma da Previdência Social no futuro. "Imagino que na próxima década", acrescentou.
A partir de 45 anos de idade: é vitalícia